60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

A versão curta pode substituir a versão longa da Escala de Estresse percebido? Um estudo de coorte multicêntrico no Brasil

OBJETIVO

Comparar a Escala de Estresse percebido de 10 itens e a original de 14 itens na população de gestantes.

MÉTODOS

Foi realizado um estudo de coorte prospectivo incluindo gestantes nulíparas que estavam entre 19 e 21 semanas de gestação de março de 2018 a março de 2020 em cinco maternidades brasileiras. Mulheres que completaram o questionário longo da Escala de Estresse percebido entre 27 e 29 semanas de gravidez foram incluídas na análise. As pontuações dos questionários longo (PSS-14) e curto (PSS-10) foram convertidas em escalas comparáveis de 0 à 100. Medianas, desvios padrão e percentis entre as versões foram comparados para o geral, populações vulneráveis e não vulneráveis. Análises de correlação e concordância foram realizadas e p-valor < 0,05 foi considerado estatisticamente significativo. Todas as participantes fizeram os devidos procedimentos de consentimento e a pesquisa foi aprovada pelos respectivos comitês de ética (CAAE: 60820016.9.1001.5404).

RESULTADOS

Das 400 mulheres incluídas na coorte, 381 responderam ao questionário PSS-14. Dessas 381 participantes, 68,2% eram não-brancas, 9,2% estudou até o fundamental e 71,4% até o ensino médio e 74% possuíam parceiro. Houve forte correlação entre os escores da PSS-14 e PSS-10 (coeficiente de Pearson foi de 0,954; p-valor < 0,001), entretanto as medianas foram estatisticamente consideradas diferentes (48,2 e 47,5 respectivamente). Somado a isso, não houve concordância entre os escores da versão PSS-14 e PSS-10 (One Sample Test = 0,185). O coeficiente B foi de -0.115, evidenciando houve subestimação do estresse percebido pela versão curta em relação à versão original (longa).

CONCLUSÕES

A versão curta da escala de estresse percebido não demonstrou concordância em referência à versão longa na população de gestantes, o que questiona sua utilidade na substituição à versão de 14 itens. Sugere-se, então, que a consistência interna ou que a relevância clínica dessa subestimação dessa versão curta sejam melhor avaliadas.

Área

OBSTETRÍCIA - Epidemiologia das doenças gestacionais

Autores

Mateus T Morvillo, Melissa Takayama, Anic Campos Alves, Rafael Bessa Galvao, Debora Farias Leite, Karayna Gil Fernandes, Jose Guilherme Cecatti, Renato Teixeira Souza