60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

Impacto de uma intervenção de melhoria da qualidade da assistência intraparto em hospitais privados brasileiros sobre medidas de segurança assistencial e desfechos adversos

OBJETIVO

Esta análise visa comparar medidas de segurança de cuidados e resultados adversos entre mulheres expostas à intervenção do Projeto Parto Adequado (PPA) com aquelas que receberam cuidados padrão em 12 hospitais incluídos no estudo Nascer Saudável.

MÉTODOS

O estudo Nascer Saudável foi um estudo avaliativo realizado em uma amostra de conveniência de 12 hospitais privados que participaram do PPA (2017-2018). A coleta de dados incluiu revisão de prontuários de puérperas e entrevistas presenciais. As diferenças em um conjunto de 15 desfechos foram examinadas usando o teste qui-quadrado de Pearson e regressões logísticas múltiplas com um conjunto pré-definido de variáveis ​​de exposição dependendo do desfecho de interesse. Aprovado pelo CEP com CAAE 1.761.027.

RESULTADOS

A amostra final ponderada foi composta por 4.789 nascimentos, sendo 2.570 no grupo PPA (53,5%) e 2.227 no grupo de atenção padrão (46,5%). A taxa de cesárea foi significativamente menor no grupo PPA (67,3% vs 88,8%). Após o ajuste para possíveis fatores de confusão, o modelo PPA foi associado à diminuição da taxa geral de cesárea (OR = 0,30, IC 95% 0,24 a 0,36), bem como cesárea entes do parto (OR = 0,41, 0,34 a 0,48) e cesárea de repetição(OR = 0,45, 0,29). a 0,70). Em termos de outras medidas de segurança, as mulheres no modelo PPA tiveram uma chance maior de ausência de profilaxia antibiótica para Streptococcus do Grupo B (GBS) (OR = 4,63, 1,33 a 16,14) e para cesariana (OR = 1,75, 1,38 a 2,22), enquanto aquelas com hipertensão grave eram menos propensos a não receber sulfato de magnésio (OR = 0,27, 0,09 a 0,77). Em relação aos resultados obstétricos e neonatais, o modelo PPA foi associado a uma chance menor de ter uma lesão obstétrica do esfíncter anal (OASI) após uma episiotomia (OR = 0,34, 0,13 a 0,89), necessitando de antibióticos além da profilaxia de rotina (OR = 0,84, 0,70 a 0,99), ter um bebê prematuro tardio (OR = 0,36, 0,27 a 0,48) ou prematuro (OR = 0,81, 0,70 a 0,94). Não houve diferenças estatisticamente significativas para outros desfechos avaliados.

CONCLUSÕES

A intervenção PPA foi capaz de reduzir as taxas de cesárea, partos prematuros tardios e prematuros sem aumentar a chance de desfechos obstétricos e perinatais adversos. O efeito bidirecional nas medidas de cuidados de segurança obstétrica reforça que as iniciativas de melhoria do cuidado incluem uma observação mais próxima da rotina e cuidados responsivos ao implementar intervenções para reduzir cesarianas desnecessárias.

Área

OBSTETRÍCIA - Assistência ao trabalho de parto e suas fases clínicas

Autores

Maira Libertad Takemoto, Marcos Nakamura-Pereira, Fernando Maia Peixoto-Filho, Maria do Carmo Leal