Dados do Trabalho
TÍTULO
TAXA DE SUCESSO DE INDUÇÃO DE TRABALHO DE PARTO DE ACORDO COM A CATEGORIZAÇÃO DO ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA PRÉ-GESTACIONAL
OBJETIVO
O presente estudo teve por objetivo geral comparar o sucesso da indução de trabalho de parto com uso da prostaglandina misoprostol de acordo com o IMC pré-gestacional, categorizado em três grupos, a saber: normal (abaixo de 25 kg/m²); sobrepeso (entre 25 e 29,9 kg/m²) e obesidade (acima ou igual a 30 kg/m²).
Objetivos específicos: avaliar nesta população a taxa de parto cesáreo e sua indicação, número de comprimidos utilizados para indução, taxa de falha de indução e índice de Apgar no quinto minuto.
MÉTODOS
Estudo descritivo-analítico de corte transverso, com análise de banco de dados de pacientes da maternidade do Hospital Estadual Vila Alpina de 1º de setembro de 2020 a 30 de setembro de 2021.
O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Departamento de Obstetrícia do SECONCI com número de Certificado de Apresentação de Apreciação Ética (CAAE) 49194821.9.0000.0083.
Para a construção do banco de dados foi utilizado o software Microsoft Excel versão 360 e, para os cálculos estatísticos, o IBM SPSS Statistics para Windows, versão 25.0.
Para investigação da normalidade da distribuição da casuística foi empregado o teste de Kolmogorov-Smirnov.
Deste modo, diante da ausência de distribuição normal, as variáveis numéricas foram descritas por meio da mediana e intervalo interquartil, já as variáveis categóricas através de frequências absolutas e relativas.
Para comparação das variáveis contínuas entre os três grupos foi utilizado o Teste de Kruskal-Wallis, enquanto para as variáveis categóricas o teste de Qui-quadrado de Pearson ou teste exato de Fisher, quando adequado. Foi adotado com significância estatística p<0,05, no
intervalo de confiança de 95%.
RESULTADOS
Foram incluídas 325 pacientes. 124 (38,2%) com IMC normal, 99 (30,5%) sobrepeso e 102 (31,4%) obesidade. A indicação de
indução de trabalho de parto se deu principalmente por síndrome hipertensiva (21,5%) e pós-datismo (21,2%). A taxa de parto cesáreo foi de 27,7%. Ocorreu falha de indução em 16,6% dos casos, sem diferença estatística entre os grupos divididos pelo IMC. Foi necessário maior número de comprimidos para indução em pacientes classificadas como sobrepeso e obesidade (p<0,001). Apenas 1 caso apresentou Apgar abaixo de 7 no grupo com IMC de obesidade.
CONCLUSÕES
As gestantes obesas não apresentam maior taxa de falha de indução quando comparadas às pacientes com sobrepeso ou IMC normal, porém foi necessário maior número de comprimidos de misoprostol para atingir o parto vaginal nestas pacientes.
Área
OBSTETRÍCIA - Assistência ao trabalho de parto e suas fases clínicas
Autores
Thaís Ferreira Sbrana, Katia Kosorus, Lara Gomes Ferreira, Marina Mendonça Barbosa, Juliana Assis Alves