Dados do Trabalho
TÍTULO
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL RECORRENTE - ANÁLISE DE COORTE DE 34 ANOS
OBJETIVO
OBJETIVOS: A rara Doença Trofoblástica Gestacional (DTG) recorrente acontece quando uma paciente apresenta nova DTG após a cura do primeiro episódio. Objetivos: Identificar perfil epidemiológico e fatores de risco para DTG recorrente.
MÉTODOS
MÉTODOS: Estudo de coorte retrospectivo com 2440 pacientes com DTG entre 1985 e 2019 em um Centro de Referência (CR) do Sul do Brasil. Casos incluídos (Grupo 1): 36 pacientes com DTG recorrente. Controles (Grupo 2): 283 mulheres com Mola Hidatiforme (MH) sem recorrência, selecionadas por sorteio aleatório. Critérios de exclusão: diagnóstico inicial outro que não MH, perda de seguimento e pacientes histerectomizadas no primeiro episódio. Análise estatística: Variáveis quantitativas (média e desvio padrão ou mediana e amplitude interquartílica); variáveis categóricas (frequências absolutas e relativas); teste t-Student (amostras independentes); teste de Mann-Whitney (casos de assimetria); testes qui-quadrado de Pearson ou exato de Fisher (comparação de proporções). Trabalho aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa / CAAE: 58858216.5.0000.5335.
RESULTADOS
Resultados: No Grupo 1 foram excluídos 2 casos, resultando em 34 pacientes (prevalência 1,4%). Na comparação entre os grupos não foram observadas diferenças estatísticas em relação às variáveis de interesse clínico. Em relação ao primeiro episódio, no Grupo 1, quando comparados os dois tipos de mola [MH completa (MHC – n=20) e MH parcial (MHP – n=14)] foram significativas as variáveis idade (MHC 23,5 ± 4,3 x MHP 31,6 ± 7 – p=0,001), paridade (80% nuliparidade na MHC x 35,7% na MHP – p=0,031) e tendência de evolução para NTG (MHC 25% x MHP 0% - p=0,063). Nesse grupo, em relação ao segundo episódio foram significativos: idade (MHC 28,3 ± 6 x MHP 34,9 ± 7,4 – p=0,007) e evolução para NTG (MHC 30% x MHP 0% - p=0,031). Foram semelhantes o intervalo entre as gestações recorrentes (p=0,217), a alta adesão ao seguimento (p=1,00) e o percentual de gestações posteriores (p=0,369). No segundo episódio da doença houve maior prevalência de repetição do mesmo achado histopatológico nas MHP (92,9% x 7,1% - p=0,001). Pela curva de Kaplan-Meyer foi observada tendência maior de recorrência ao longo dos anos da MHP, quando comparada à MHC.
CONCLUSÕES
Conclusões: A prevalência de DTG recorrente foi semelhante à literatura. Pacientes com MHC tiveram maior risco de evolução neoplásica no segundo episódio. Pacientes com diagnóstico no primeiro episódio de MHP estão mais sujeitas à repetição
Área
OBSTETRÍCIA - Epidemiologia das doenças gestacionais
Autores
Rodrigo Bernarrdes Cardoso, Elza Maria Hartmann Uberti, Mirela Foresti Jimenez, Mila Pondremoli Salcedo