Dados do Trabalho
TÍTULO
PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DAS HEPATITES VIRAIS EM GESTANTES NO BRASIL: ANÁLISE DE 10 ANOS
OBJETIVO
Analisar o perfil clínico e epidemiológico dos casos de hepatites virais em gestantes no Brasil
MÉTODOS
Estudo descritivo, quantitativo, tendo como base os dados disponibilizados pelo Departamento de Informação e Informática do SUS (DATASUS) acerca das notificações de casos por hepatites virais em gestantes, no período de 2010 a 2020. Os dados pesquisados foram analisados de acordo com as variáveis: forma clínica, via de transmissão, faixa etária e tipo de vírus. Após coleta, essas informações foram tabuladas e analisadas utilizando o programa Excel 2016.
RESULTADOS
Foram notificados 393.214 casos por hepatites em gestantes no Brasil, sendo a hepatite crônica a forma clínica mais predominante com 75% dos casos. Quanto a variável transmissão, os casos com ausência de informação ou ignorado foram de 53,4%, seguido pela via sexual com 14% dos casos, uso de drogas injetáveis com 6,4%. O grupo etário que ganhou destaque, foram gestantes a partir de 40 anos com 42%,, seguido por aquelas com idade entre 20-39 anos com 29%. Na classificação dos tipos de vírus, o tipo C predominou com 50% dos casos, vírus B 35% e vírus A 30%.
CONCLUSÕES
Diante do estudo, observou-se que o número de casos por hepatites virais em gestantes no Brasil, apresentou um crescimento expressivo nos últimos 10 anos, sendo mais comum a forma clínica crônica em mulheres com idade a partir de 40 anos, através da transmissão pela via sexual. Esta realidade demonstra a necessidade de conhecer o perfil epidemiológico para o desenvolvimento de estratégias com o intuito de promover a redução dos casos, tendo em vista que as hepatites virais apresentam alta taxa de transmissibilidade para o feto ou RN, com possibilidade de parto prematuro e outras complicações decorrentes desta infecção. Além disso, vale ressaltar que a realização do pré-natal de qualidade é uma ferramenta no combate das hepatites. Nesse sentido, o acesso as sorologias durante o pré-natal e de vacinação gratuita durante e após a gestação é uma garantia de melhor qualidade de vida para a gestante, feto ou RN. Ademais, o SUS também oferece tratamento e profilaxia para os parceiros sexuais dessas mulheres, diminuindo os riscos de transmissão via sexual.
Área
OBSTETRÍCIA - Epidemiologia das doenças gestacionais
Autores
GABRIELA PEREIRA DA TRINDADE, Michele Pereira da Trindade Vieira , Daniele Socorro de Brito Souza Paiva