60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

ASSISTÊNCIA AO TRABALHO DE PARTO E PARTO EM MULHERES COM NACIONALIDADES DIFERENTES

OBJETIVO

Avaliar a assistência ao trabalho de parto e parto entre mulheres bolivianas e brasileiras dos grupos 1 e 3 de Robson em uma maternidade pública de São Paulo e assim inferir sobre eventual influência da cultura andina em relação a estes processos.

MÉTODOS

Estudo observacional descritivo, com grupo de comparação (bolivianas e brasileiras), que avaliou, através de prontuários, a assistência ao trabalho de parto e parto em mulheres internadas em uma maternidade pública, entre 01/04 e 30/06/2020. O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido foi dispensado, haja vista que o estudo ocorreu a partir de coleta de dados de prontuários. Registro CAAE: 39923220.3.0000.0063

RESULTADOS

Foram avaliados 378 prontuários, sendo 103 relativos a mulheres bolivianas (G1) e 275 a mulheres brasileiras (G2). A média da idade gestacional foi de 39,3 e 39,8 semanas, respectivamente. No G1 ocorreram 94 partos vaginais (91,3%); no G2 242 (88,0%). A taxa de cesárea foi de 8,7% e de 12,0%, para G1 e G2 respectivamente. O tempo do trabalho de parto em horas teve média de 1,13 horas X 2,84 horas para cada grupo. Quanto a presença de acompanhante, uso de método não farmacológico para alívio da dor, realização de episiotomia, os percentuais nas bolivianas (G1) foram respectivamente 79,6%, 51,5% e 26,2%. Nas brasileiras (G2) 85,5%, 61,0% e 25,1%. Ocorreu laceração perineal em 51,5% no G1 e 39,0% no G2. A média de peso dos recém-nascidos no G1 foi de 3670 g e de 3224 g no G2; sendo que, em média, o índice de Apgar de quinto minuto oscilou entre 9 e 10, tanto no G1 quanto no G2. O contato pele a pele ocorreu em 84,4% do G1 e 83,6 % do G2. A análise estatística foi realizada através dos testes de qui-quadrado e exato de Fisher, considerando-se significativo p<0,05.

CONCLUSÕES

De todas as variáveis estudadas, apenas a duração do trabalho de parto mostrou diferença estatísticamente significativa em favor do grupo de bolivianas. Conclui-se, assim, que houve semelhança entre os grupos, possivelmente em decorrência do protocolo de assistência humanizada ao trabalho de parto e parto praticado na instituição, favorecendo o parto vaginal, independentemente da nacionalidade da parturiente.

Área

OBSTETRÍCIA - Assistência ao trabalho de parto e suas fases clínicas

Autores

Vitória Ferreira Bueno Fregolão, Corintio Mariani Neto, Márcia Maria Auxiliadora Aquino, Grecy Kenj