Dados do Trabalho

TÍTULO

DRENAGEM DE ABSCESSO TUBO-OVARIANO GUIADO POR ULTRASSOM: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E DESFECHOS

OBJETIVO

Caracterizar o perfil epidemiológico e desfechos dos tratamentos das pacientes com abscesso tubo-ovariano que foram submetidas à drenagem guiada por ecografia transvaginal em um hospital no Sul do Brasil.

MÉTODOS

Análise descritiva de dados epidemiológicos e relacionados à evolução do tratamento de todas as pacientes diagnosticadas com abscesso tubo-ovariano e que foram submetidas à um procedimento minimamente invasivo (drenagem guiada por ecografia) no serviço de Ginecologia de um Hospital do Sul do Brasil durante o período de dezembro de 2016 a julho de 2022. Tais informações foram retiradas de um banco de dados de um estudo randomizado maior em andamento. O projeto tem aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa sob o protocolo CAAE de número 50047715.9.0000.5530.

RESULTADOS

Ao todo, 63 pacientes com Doença Inflamatória Pélvica complicada por abscesso tubo-ovariano participaram do estudo, com média de idade de 40 anos. Dentre elas, 63,4% tinham sobrepeso e/ou obesidade como fator associado. Todas as pacientes foram submetidas à drenagem guiada por ecografia transvaginal e antibioticoterapia endovenosa de largo espectro. O tempo médio de internação até a drenagem foi de 5,5 dias. 88,8% apresentaram melhora clínica em até 48 horas após a drenagem e 74,6% obtiveram queda esperada da Proteína C Reativa. O tempo médio da drenagem até a data da alta hospitalar foi de 2,8 dias. O diâmetro médio dos abscessos drenados foi de 8,2 cm. Apenas uma paciente apresentou complicação relacionada à drenagem, com tratamento conservador de hematoma. Nenhuma complicação grave e nenhuma morte foram observadas.

CONCLUSÕES

O tratamento minimamente invasivo deve ser considerado como primeira linha, em especial se com a finalidade de preservar a fertilidade das mulheres em idade reprodutiva, as quais representam a maioria dos casos de doença inflamatória pélvica complicada. A drenagem guiada por ecografia mostra-se um tratamento eficaz e seguro para as pacientes, com altas taxas de sucesso e diminuição do tempo de internação hospitalar, evitando assim intervenções maiores e possíveis complicações associadas.