Dados do Trabalho

TÍTULO

RISCO DE PARTO PRÉ-TERMO EM GESTAÇÕES COM HISTÓRIA PARTO PRÉ-TERMO ESPONTÃNEO, RANDOMIZADAS PARA PROGESTERONA VAGINAL VERSUS PACIENTES SEM TRATAMENTO

OBJETIVO

Avaliar o risco de parto pré-termo (< 34 semanas) em gestantes com história de parto pré-termo espontâneo e colo entre 25 e 30 mm ao ultrassom transvaginal que utilizaram progesterona versus gestantes sem tratamento

MÉTODOS

Trata-se de análise post hoc de um ensaio clínico randomizado multicêntrico (Estudo P5) que comparou o uso da progesterona vaginal micronizada com uso de pessário+progesterona, em que foram rastreadas 8.168 gestantes. Selecionamos da base de dados geral, gestantes com história de parto pré-termo espontâneo, com comprimentos de colo entre 25 e 30 mm, idade gestacional entre 18 e 22 semanas e 6 dias, tratadas com progesterona versus gestantes que não foram tratadas. Foram calculados (i) o comprimento do colo médio nos grupos estudados (ii) o risco de parto pré-termo na gestação atual < 34 semanas (Qui-quadrado - p < 0,05 - Odds Ratio e IC95%) (iii) a curva de sobrevivência de Kaplan-Meier para gestantes com parto pré-termo anterior e colo entre 25 e 30 mm. Este estudo foi aprovado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) sob o número CAAE 38417114.0.1001.5404.

RESULTADOS

Foram selecionadas 61 mulheres, sendo 32 gestantes não tratadas e 29 tratadas com progesterona. As características demográficas dos grupos foram similares, não havendo diferenças estatísticas entre as variáveis estudadas. (i) O colo médio no grupo não tratado foi de 26,2 ± 6,2 mm e no grupo Progesterona, de 27,4 ± 1,3 mm (p=0,314). (ii) O uso de progesterona em gestantes com história de parto pré-termo espontâneo e comprimento do colo entre 25 e 30 mm, não reduziu de forma estatisticamente significante o risco de parto pré-termo < 34 semanas [OR 0,250 (IC95% 0,026-2,379); p=0,198] (iii) A curva de sobrevida para gestantes com colo entre 25 e 30 mm, e o Teste de Breslow-Wilcoxon para parto pré-termo < 34 semanas foram calculados (p=0,187).

CONCLUSÕES

A utilização de progesterona vaginal não reduziu a chance de parto pré-termo < 34 semanas em gestantes com prematuridade espontânea anterior e colo entre 25 e 30 mm, na ocasião do ultrassom morfológico de 2º trimestre, quando comparada a pacientes que não receberam tratamento. Esse achado é condizente com a IPD metanálise EPPPIC que não identificou benefício da progesterona na redução do parto pré-termo em gestantes com colo acima de 25 mm. Ensaios clínicos são necessários para melhor avaliar o tratamento para gestantes com história de parto pré-termo espontâneo e colo acima de 25 mm.