Dados do Trabalho

TÍTULO

LEIOMIOMA EPITELIÓIDE DO TIPO LEIOMIOBLASTOMA: RELATO DE CASO.

CONTEXTO

Os leiomiomas uterinos são tumores benignos que exibem várias formas de diferenciação do músculo liso. A forma fusiforme clássica é a comumente encontrada. Algumas variantes são descritas com relação a histologia como o Leiomioma epitelióide, uma variante rara, composta de células claras redondas ou poligonais, que mimetizam malignidade. Apesar do leiomioma epitelióide do útero ter sido documentado em alguns relatos, não há descrição e disponibilidade das imagens radiológicas e macroscopia da peça. Estes achados são apresentados aqui no nosso relato. Após aprovação pelo CEP UNESA CAAE: 62690122.9.0000.5284) foi realizado um estudo observacional descritivo do tipo Relato de Caso.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

Uma paciente de 53 anos, com três partos normais, nos procurou com queixa de sinusorragia há três meses, associada a um fluxo menstrual intenso e irregular. Ao exame vaginal palpava-se em útero aumentado de tamanho, a cerca de 3 cm acima da sínfise pubiana, globoso, de consistência macia, superfície regular, móvel e indolor. A ultrassonografia visualizava útero medindo 11,5 x 9,3 x 8,0 cm, com volume de 385 cc, de forma típica, superfície lisa e miométrio homogêneo, apresentando em seu interior grande quantidade de líquido e , endométrio de difícil delimitação. A ressonância magnética da pelve que evidenciou: lesão expansiva de endométrio, medindo aproximadamente 7,2 x 8,2 cm, com restrição a difusão do contraste, indicando alta celularidade, situada em parede anterior contendo líquido no seu interior, distendendo a o endométrio e ocupando mais de 50% do miométrio. A paciente foi submetida a histerectomia total abdominal e salpingooforectomia bilateral. Na abertura da peça cirúrgica (volume estimado de 300 cc) no pós-operatório imediato, identificamos uma única lesão arredondada transmural com componente submucoso, medindo cerca de 8 cm, com conteúdo líquido amarelado cintilante e parede com cerca de 0,7 cm de espessura. O material foi enviado para histopatológico que identificou tratar-se de um leiomioma epitelióide do tipo leiomioblastoma.

COMENTÁRIOS

A raridade das variantes do leiomioma limita a quantidade de dados disponíveis para orientar o manejo. Esperamos, que ao documentar este caso pela sua extrema raridade, possamos ajudar a compor uma casuística de dados epidemiológicos, de exames de imagem, da macroscopia, da histologia do tumor e da sua evolução clínica contribuindo para compreensão e condução de futuros casos semelhantes.