60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

ADESÃO AO TRATAMENTO ANTIRRETROVIRAL POR MULHERES DIAGNOSTICADAS COM HIV PREVIAMENTE À GESTAÇÃO

OBJETIVO

As taxas de incidência de HIV são alarmantes, inclusive entre as mulheres na gestação devido ao risco de transmissão vertical, sendo o diagnóstico precoce e o uso correto da terapia antirretroviral (TARV) fundamentais para que a mulher suprima a carga viral, mantenha a saúde imunológica, evitando a progressão da doença e a transmissão vertical. O objetivo deste estudo é verificar a adesão ao TARV por mulheres diagnosticadas com HIV previamente à gestação em um município no Rio Grande do Sul (RS), acompanhadas pelo Serviço de Atendimento Especializado (SAE) entre 2018 e 2021.

MÉTODOS

Trata-se de um estudo quantitativo descritivo, com dados aprovados pelo Núcleo Municipal de Educação em Saúde Coletiva (NUMESC), através da Resolução do CNS N° 466/2012, de planilhas internas e do prontuário eletrônico do SAE de um município do RS. Empregou-se para tal, a análise estatística simples dos dados.

RESULTADOS

Identificou-se um total de 180 gestantes soropositivas atendidas no SAE do município entre 2018 e 2021, das quais, 137 (76,1%) tinham diagnóstico de HIV prévio à gestação atual e, destas, somente 69 (50,4%) estavam em TARV ao iniciar o pré-natal. As gestantes das faixas etárias maior de 40 anos, 35 a 39 anos e menor de 20 anos, apresentaram a melhor adesão prévia à gestação, sendo 75%, 66,7% e 62,5%, respectivamente. Enquanto que a pior adesão antirretroviral prévia à gestação ocorreu entre gestantes de 25 a 29 anos (44,4%), 30 a 34 anos (45,5%) e 20 a 24 anos (48,3%).

CONCLUSÕES

Concluiu-se que, somente 50,4% das mulheres soropositivas que engravidaram estavam em TARV prévia, porcentagem abaixo da meta de 90% estipulada para pessoas vivendo com diagnóstico de HIV pela Declaração de Paris de 2014, logo, há uma quantidade significativa de mulheres em situação de defasagem de tratamento antirretroviral. A gestação motivou o retorno da TARV em 49,4% das gestantes, o que instiga a reflexão sobre o autocuidado e as motivações das mulheres para cuidarem ou não da sua saúde. O estudo também observou que as faixas etárias de maior e menor vulnerabilidade por não realizarem tratamento para esta condição clínica são, respectivamente, a entre 25 e 29 anos e a de 40 anos ou mais.

Área

OBSTETRÍCIA - Doenças infecciosas na gestação

Autores

Laura de Oliveira Morsch, Bruna Juliana Brentano Kuhn, Giulianna Crippa, Julia de Ávila Foresti, Karla Cristina Panosso, Nathalia Corvelo de Souza, Tomás Clamer, Fabiane Pinto Mastalir