60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

Hemorragia pós-parto: prevalência e perfil sociodemográfico dos óbitos maternos no Brasil

OBJETIVO

Avaliar a prevalência de óbitos maternos atribuídos a hemorragia pós-parto (HPP) no Brasil e descrever o perfil social das vítimas.

MÉTODOS

Estudo quantitativo, retrospectivo, baseado em dados secundários alimentados na plataforma DATASUS, ferramenta TABNET. Analisou-se os registros de óbitos da Categoria CID-10 O72 (Hemorragia pós-parto) do período de janeiro de 2016 a dezembro de 2020. Em relação às variáveis socioeconômicas, resgatou-se a faixa etária, cor, escolaridade e estado civil. Sobre as circunstâncias do óbito, o local de ocorrência, período do ciclo gravídico-puerperal e a conjuntura da investigação do caso.

RESULTADOS

No recorte temporal descrito, foram registrados 550 óbitos (2016: 98; 2017: 115; 2018: 122; 2019: 101; 2020: 114). Destes, a maioria ocorreu nas regiões Sudeste e Nordeste (35,45% e 27,45%, respectivamente). A maior fração (286-52%) acometeu mulheres com idade entre 30-39 anos, por conseguinte 20-29: 166 (30,18%), 40-49: 50 (9,09%), 15-19: 46 (8,36%) e 10-14 anos: 2 (0,36%). Com relação à raça/cor a maioria era parda (297-54%), seguidas de brancas 187 (34%) e pretas: 35 (6,36%). Mais da metade (55,63%) tinha pelo menos 8 anos de escolaridade. Em relação ao estado civil, 228 (41,45%) foram consideradas solteiras, 179 (32,54%) casadas e o percentual restante estavam em situações conjugais variadas. Com relação à ocorrência do óbito, a maioria foi intrahospitalar 515 (93,63%), seguidamente de domicílio (2%) e outros estabelecimentos de saúde (1,27%). O óbito ocorreu majoritariamente durante o puerpério (406-73,81%). A maioria foi investigado, com ficha síntese informada (523-95,09%).

CONCLUSÕES

Apesar das melhorias na assistência à mulher no ciclo gravídico-puerperal, a HPP continua sendo uma causa de morte obstétrica direta relevante, com penetrância em variados extratos sociais. Considerando que o ambiente hospitalar é o principal local dos óbitos, é necessário aperfeiçoar a formação dos profissionais com o fito de identificar essa intercorrência.

Área

OBSTETRÍCIA - Epidemiologia das doenças gestacionais

Autores

Isabelly Maria Santiago de Sousa, José Armando Pessôa Neto, Débora Fernandes Britto