Dados do Trabalho

TÍTULO

Prevalência e fatores associados à Síndrome Geniturinária da Menopausa: estudo de base populacional

OBJETIVO

Determinar os fatores associados à síndrome geniturinária da menopausa (SGM) e função sexual, em mulheres de meia-idade da Região Metropolitana de Campinas, Brasil.

MÉTODOS

Foi realizada uma análise secundária de um estudo prévio do tipo "corte transversal", através de um inquérito populacional domiciliar aplicado em 749 mulheres com idade entre 45-60 anos, residentes da Região Metropolitana de Campinas.
A variável dependente foi a presença de SGM e seu impacto na função sexual e as variáveis independentes foram dados sociodemográficos, hábitos e problemas relacionados à saúde, autopercepção de saúde e antecedentes ginecológicos. Para avaliar quais variáveis estavam independentemente associadas ao SGM, foram criados modelos de regressão múltipla de Poisson. As razões de prevalência (RPs) e os intervalos de confiança de 95% (IC 95%) foram calculados usando o método backward para as variáveis significativas. Aprovação do comitê de ética número 030/2011.

RESULTADOS

A prevalência de SGM foi de 51,40%, sendo as mulheres entre 55-60 anos as mais acometidas. Dentre os sintomas mais prevalentes, destacam-se os sintomas sexuais (37,52%). O principal sintoma relatado foi o ressecamento durante a relação sexual (24,03%). Subdomínio urogenital do questionário MRS, problemas sexuais apresentou prevalência de 45,28%, dos quais 19,94% relataram que os sintomas são intensos ou muito intensos. Na análise de regressão de Poisson, o SGM está relacionado a sintomas sexuais em mulheres com parceiro (razão de prevalência [RP] = 1,56; IC 95% 1,18-2,05; P=0,002), com depressão/ansiedade (RP = 1,47; IC 95% 1,18 -1,83; P<0,001), em uso de tratamento hormonal tópico para menopausa (RP = 1,53; IC 95% 1,01-2,34; P = 0,049) e com doenças reumatológicas (RP = 1,34; IC 95% 1,07-1,68; P = 0,012) . Quando questionadas sobre a secura vaginal afetar a qualidade de vida, a maioria das mulheres (77,44%) negou interferência.

CONCLUSÕES

A SGM afeta a vida e a sexualidade de metade das mulheres estudadas, mas essa doença é subestimada até mesmo pelas próprias mulheres, que não conseguem mensurar o impacto do problema em suas vidas. Mulheres com parceiros, em uso de tratamento hormonal tópico e com diagnóstico prévio de depressão/ansiedade e doenças reumatológicas são mais propensas a desenvolver os sintomas sexuais de GSM.