60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

ATUALIZAÇÕES DA IMUNOTERAPIA NA TERAPÊUTICA DO CÂNCER DE MAMA TRIPLO NEGATIVO: REVISÃO SISTEMÁTICA

OBJETIVO

Analisar os últimos estudos sobre a eficácia da imunoterapia no tratamento contra o câncer de mama triplo negativo (CMTN).

FONTE DE DADOS

Esta revisão sistematizada analisou trabalhos escritos em inglês relacionados ao descritor “Immunotherapy in triple negative breast cancer”, publicados na base de dados PubMed, entre 2020 e 2022.

SELEÇÃO DE ESTUDOS

Foram encontrados 803 estudos, quantidade limitada para 7 resultados quando considerados as metanálises mais recentes.

COLETA DE DADOS

Os estudos foram analisados com base nos maiores níveis de evidência e selecionados pelo repertório de informações e pela relevância dos achados associados ao tratamento imunoterápico do CMTN.

SÍNTESE DE DADOS

O CMTN pode expressar ou não as proteínas programmed death-1 (PD-1) e seu ligante programmed death ligand-1 (PD-L1), responsáveis pelo feedback negativo na resposta imune contra o câncer. Estudos recentes demonstraram uma maior taxa de eficácia terapêutica em pacientes PD-L1 positivo, especialmente quando submetidos à associação de quimioimunoterapia, tanto em neoadjuvância quanto em adjuvância, embora existam estudos que indicam resposta patológica completa semelhante em pacientes PD-L1 negativo, evidenciando um potencial uso da imunoterapia nessa população. Dentro dos benefícios mais relatados na imunoterapia anti-PD-L1, destacam-se o aumento na resposta patológica completa e na sobrevida livre de progressão quando comparada aos resultados da quimioterapia (QT) isolada. Contudo, há informações controversas quanto ao efeito da imunoterapia na sobrevida global, sendo relatado ganho significativo apenas para casos mais precoces, já que para CMTN metastático não há evidência de alterações substanciais, sugerindo a heterogeneidade na expressão do PD-L1 com base no estágio da doença. Em relação à toxicidade do tratamento, os estudos demonstraram que o esquema de quimioimunoterapia expressa mais efeitos adversos quando comparado à QT isolada, culminando em condições como hipotireoidismo e insuficiência adrenal.

CONCLUSÕES

As atuais evidências delineiam um cenário em que a exploração do papel dos inibidores do checkpoint imunológico associados à quimioterapia perioperatória no CMTN é essencial para otimizar os regimes de tratamento atualmente disponíveis. Ademais, dado o impacto clínico potencialmente significativo da imunoterapia, deve-se atentar para os seus efeitos adversos, considerando que eles podem estreitar o seu limiar risco-benefício.

Área

GINECOLOGIA - Mastologia

Autores

Vitória Moreira Soares, Mateus Coelho Gondim de Oliveira Lima, Maria Clara Tomaz Feijao, Joana Adalgisa Furtado Magalhaes de Andrade