Dados do Trabalho

TÍTULO

Treinamento de inserção de DIU para descentralização do cuidado: uma série de resumo de casos

CONTEXTO

Ao vislumbrar criar cenários que favorecessem a percepção das mulheres de seu protagonismo no processo de construção do plano terapêutico em saúde, O projeto de extensão, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa CAEE 52647121.9.0000.5137, promoveu ações que asseguraram os direitos sexuais e reprodutivos às mulheres de Poços de Caldas no ano de 2021. Através ações presenciais, que respeitavam o distanciamento social impostos pela pandemia, e usando de estratégias participativas e interdisciplinares em planejamento reprodutivo, buscou-se colaborar para uma decisão informada e autônoma das mulheres quanto a escolha da contracepção, com posterior fornecimento do método contraceptivo de escolha da mulher. Nesse contexto, o projeto simultaneamente treinou profissionais para inserção e revisão de DIU (Dispositivo Intrauterino).

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

A partir da constatação que a demanda por LARCs(Long-Acting Reversible Contraception) eram encaminhadas para o ambulatório local de saúde de mulher, na qual a inserção era ofertada uma vez ao mês, resultando em uma fila de espera superior a 600 pessoas aguardando pelo procedimento, originou-se a proposta de descentralização do processo. Dentro dessa perspectiva, foi proposta a realização de treinamento de profissionais não Ginecologistas e Obstetras(GO) para inserção de DIU, no intuito de descentralizar o acesso ao método para que a inserção pudesse ser ofertada no território da paciente. No ano de 2021, 217 DIUS foram inseridos em pacientes provenientes da fila de espera, em cinco unidades de saúde do município. A inserção foi realizada durante o treinamento, totalizando em 13 profissionais capacitados– dentre esses, 6 residentes de Ginecologia e Obstetrícia, 4 residentes de MFC e 3 médicos da APS – e 2 profissionais enfermeiros da APS iniciaram sem conclusão do processo.

COMENTÁRIOS

Saindo de um cenário no qual havia vencimento e perda de DIUs na cidade, o projeto promoveu acesso às pacientes ao mesmo tempo que supriu uma demanda em saúde local. Assim, buscando quebrar a barreira de acesso aos LARCs ao treinar médicos da família, residentes de GO e MFC e enfermeiras para inserção do dispositivo. Deste modo, observou-se redução das filas de espera, garantia de acesso ao contraceptivo de escolha da mulher em tempos de pandemia, uma menor taxa de desistência de LARCs e redução de aglomerações no centro de saúde que recebia as mulheres anteriormente.