60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

Radiofrequência não ablativa versus estrogênio e hidratante vaginal no tratamento dos sintomas urinários em mulheres pós-menopausa: – ensaio clínico randomizado

OBJETIVO

Avaliar a resposta clínica do tratamento dos sintomas urinários da síndrome geniturinária da menopausa (SGM) após tratamento com radiofrequência não ablativa e comparar com o estrogênio vaginal e com o hidratante vaginal

MÉTODOS

Trinta pacientes foram alocadas aleatoriamente em um dos seguintes grupos (n=10): radiofrequência vaginal (RF), estrogênio vaginal (E) ou hidratante vaginal (H). O seguimento foi feito na admissão do estudo (D0) e a cada 2 meses após término dos tratamentos (D60 e D120), para sintomas urinários (incontinência urinária, nocturia, urgência urinária, infecções urinárias de repetição), questionários de incontinência urinária ICIQ-UI SF e ICIQ-OAB) e Menopause Rating Scale (MRS) para sintomas urinários. As análises estatísticas foram feitas pelo testes exato de Fisher, Qui-quadrado, Kruskal-Wallis e Wilcoxon. Aprovação Comitê de Ética CAAE n° 07406818.5.0000.5404.

RESULTADOS

Após 2 meses de tratamento, houve uma redução de perda urinária (ICIQ-OAB) no delta de 4,7+/-4,03 pontos no grupo RF (p=0,003). Após 2 e 4 meses de tratamento, a nocturia (ICIQ-OAB) no grupo E reduziu no delta de 4,7+/-4,99 pontos (p=0,039) e de 5,0+/-4,71 pontos (p=0,013). A frequência de perda urinária avaliada pelo ICIQ-UI SF no grupo RF melhoroi significativa no delta da pontuação após 4 meses de tratamento (-2,6 +/-1,9, p=0,024). Após 4 meses de tratamento, houve uma melhora significativa no delta do MRS para sintomas urinários no grupo RF (-2,20 +/- 1,62), superior aos demais grupos (p=0,013).A interferência na qualidade de vida avaliada pelo ICIQ-UI SF no grupo RF apresentou uma melhora significativa no delta após 2 e 4 meses de tratamento (-6,4+/-4,6, p=0,003 e -7,9+/-3,35, p<0,001, respectivamente). Após 2 e 4 meses de tratamento, o escore total do ICIQ-UI SF no grupo RF apresentou uma redução no delta de -10,20 +/-8,01 pontos (p=0,007) e de -12,5 +/-6,11 pontos (p=0,001), respectivamente.

CONCLUSÕES

A eficácia clínica da RF não ablativa vaginal no tratamento dos sintomas urinários pós-menopausa foi superior à terapia estrogênica vaginal, exceto no subdomínio nocturia. Novos estudos com mais pacientes são necessários para corroborar estes achados e comprovar as mudanças observadas.

Área

GINECOLOGIA - Climatério

Autores

Anna Valéria Gueldini Moraes, Adriana Orcesi Pedro, Lucia Helena Costa-Paiva