Dados do Trabalho
TÍTULO
Função sexual após tratamento com radiofrequência não ablativa versus estrogênio e hidratante vaginal: ensaio clínico randomizado
OBJETIVO
Avaliar prospectivamente a eficácia do tratamento da disfunção sexual em mulheres pós menopausa, utilizando a radiofrequência não ablativa vaginal e comparar com o estrogênio vaginal e com o hidratante vaginal.
MÉTODOS
Trinta pacientes que preencheram os critérios de inclusão foram alocadas aleatoriamente em um dos seguintes grupos (n=10): radiofrequência vaginal (RF), estrogênio vaginal (E) ou hidratante vaginal (H). O seguimento foi feito na admissão do estudo (D0) e a cada 2 meses após término dos tratamentos (D60 e D120), usando a Escala Visual Analógica (EVA) para sintomas vulvovaginais com impacto sexual (dispareunia, falta de lubrificação e dificuldade no coito vaginal), o questionário Female Sexual Function Index (FSFI) e o questionário Menopause Rating Scale (MRS) para sintomas sexuais. As análises estatísticas foram feitas por meio dos testes exato de Fisher, Qui-quadrado, Kruskal-Wallis e Wilcoxon. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em pesquisa da Instituição sob o número CAAE n° 07406818.5.0000.5404.
RESULTADOS
Após 4 meses de tratamento, houve uma melhora significativa no escore total do FSFI, com aumento de 146,1% no grupo RF, sem melhora significativa nos outros grupos (p=0,002). Com relação aos subdomínios do FSFI, observou-se melhora significativa nos escores excitação (aumento de 142,9%), lubrificação (aumento de 220,9%), satisfação (aumento de 116,4%) e dor (aumento de 353,3%) no grupo RF (p=0,011, p=0,008, p=0,036 e p=0,006, respectivamente). O subdomínio desejo não apresentou diferença significativa entre os grupos estudados. O subdomínio orgasmo apresentou melhora significativa no escore após 2 meses de tratamento no grupo E (p=0,016), sem manter a significância estatística ao longo do seguimento. Após 2 e 4 meses de tratamento, o grupo da radiofrequência apresentou melhora significativa no escore do MRS para sintomas sexuais (redução de 98,4%) (p=0,007), bem como melhora na pontuação da EVA para sintomas vulvovaginais com impacto sexual (redução de 89,4%) (p=0,007).
CONCLUSÕES
Após 4 meses de seguimento, a radiofrequência não ablativa vaginal mostrou-se eficaz no tratamento da disfunção sexual feminina pós-menopausa. A principal limitação do estudo foi o pequeno número de pacientes, atribuído à dificuldade de encontrar voluntárias que se mantiveram sexualmente ativas durante a pandemia de Covid-19. Novos estudos serão necessários para avaliar a consistência das mudanças observadas neste estudo
Área
GINECOLOGIA - Sexualidade
Autores
Anna Valéria Gueldini Moraes, Adriana Orcesi Pedro, Lucia Helena Costa-Paiva